Os Rolling Stones miram no futuro, sem olhar o retrovisor
Em 'Hackney Diamonds', seu primeiro álbum em quase 20 anos – e o primeiro lançado depois da morte de Charlie Watts – , os Stones soam revigorados e com sangue nos olhos, querendo mais. Muito mais.
Mick Jagger não gosta de olhar para trás.
Um livro de memórias? Nem pensar. “Já me ofereceram muito dinheiro para escrever um desses”, ele confidenciou, numa entrevista recente. “Significaria ter que passar dois anos revisitando o passado. E isso não me interessa”.
Mick se preocupa mais com o presente – e por como o hoje reflete quem ele é e como o projetará para o futuro.
É nesse espírito que Jagger acendeu o pavio para a criação de Hackney Diamonds, o 24º álbum de estúdio dos Rolling Stones, lançado hoje (20/10), o primeiro de inéditas desde 2005 – e o primeiro após a morte de Charlie Watts, o alicerce rítmico da banda de 1963 a 2021, quando morreu, aos 80 anos.
Incomodado com a incapacidade dos Stones concluírem um álbum coerente depois de quase duas décadas de gravações inacabadas, consciente da passagem do tempo e de sua própria finitude (e de todo o grupo), Mick – ele mesmo já um oitentão – propôs a Keith Richards um plano de trabalho com começo, meio e fim; um objetivo, com prazos pré-determinados: arregaçar as mangas, compor, ensaiar, gravar e mixar um álbum inteiro entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023.
Desafio topado, Mick e Keith embarcaram para a Jamaica, em missão autoral, e de lá voltaram com elementos suficientes para trabalhar em estúdios espalhados por Estados Unidos, Inglaterra e Bahamas, junto com Ronnie Wood – o único não-fundador remanescente da formação da banda desde 1975.
E se a própria parceria de composição formada por Jagger e Richards e boa parte da discografia do grupo surgiram através da insistência e da direção do produtor e empresário Andrew Loog Oldham, com quem os Stones trabalharam na fase inicial de sua carreira, aquela que deu origem a alguns de seus clássicos perenes, como “(I Can’t Get No) Satisfaction” e “Paint It Black”, muito do novo Hackney Diamonds deve-se a outro Andrew – Watt.
Ao jovem Andrew, nova-iorquino de 32 anos, requisitado produtor de artistas como Pearl Jam, Miley Cyrus, Post Malone e Iggy Pop, Mick deu uma missão: apresentar ao público o som dos Rolling Stones hoje.
Após quase trinta anos produzidos por Don Was – com quem vinham trabalhando desde Voodoo Lounge, de 1994 – , era hora de dar o que Keith Richards definiu como um “reset” nos Stones.
Uma tentativa anterior de “atualizar” a música do grupo, em 1997 – quando os Dust Brothers e Danny Saber foram arregimentados por Mick para colaborar em algumas faixas do álbum Bridges To Babylon –, saiu pela culatra. E, levando-se em conta alguns aspectos do currículo de Watt (Justin Bieber? Dua Lipa?), havia no mínimo um risco de nova decepção. Só que o resultado foi bem outro.
Fã do grupo – ele teria comparecido a cada dia de gravação vestindo uma camiseta diferente dos Stones – , Andrew Watt cuidou de seu trabalho de casa: conhecia toda a discografia do grupo e tinha plena consciência do que faz dos Stones quem eles são. Aproximou-se de Keith, sempre o mais cabreiro com “estranhos no ninho”, dando a ele uma guitarra Dan Armstrong transparente como a que Richards costumava usar nas décadas de 1960 e 1970. Participou, ele mesmo, das gravações, tocando o contrabaixo, fazendo percussão e vocais de apoio, lado a lado com Keith. E funcionou como um capataz, dirigindo as atividades com precisão e eficiência. Quatro takes, no máximo, e pronto. Pá-pum. Assim, conquistou espaço e a confiança do grupo para conduzi-lo à primeira linha do século 21 de uma maneira que pode aproximar os Stones das novas gerações sem alienar os velhos fãs.
Andrew urdiu um álbum claramente Stones, onde eles soam re-energizados, afiados, super pop, com marra, verve, veneno – e frescor. Competitivos. Como Jagger gosta.
Pelo resultado, Andrew assina com Jagger e Richards a composição das três músicas que abrem o álbum – inclusive, o primeiro single, “Angry”. Somente outro produtor, Loog Oldham, o Andrew original, ganhou co-autoria de uma música dos Stones: a de “As Tears Go By”, de 1965.
O primeiro álbum dos Stones gravado com Steve Jordan na bateria – uma escalação do próprio Charlie Watts, quando adoeceu e se viu impedido de trabalhar –, Hackney Diamonds soa como se todo mundo no estúdio estivesse se divertindo à beça e traz todas as características clássicas do grupo, mas aqui elas estão potencializadas, concentradas: rocks explosivos, de refrão-chiclete (“Angry”, a faixa de abertura), baladas românticas (a poderosa “Depending On You”, com a guitarra slide de Ronnie dialogando com o órgão Hammond de Benmont Tench), pitadas de country (a excelente “Dreamy Skies”), a tradicional faixa cantada só por Keith (“Tell Me Straight”), mergulhos na música negra (a divina “Sweet Sounds of Heaven”, uma apoteose soul/gospel, com participação de Lady Gaga e Stevie Wonder, o indiscutível ponto alto do álbum).
Paul McCartney entra distorcido e sujo na brincadeira punk de “Bite My Head Off” (usando um contrabaixo Hofner turbinado, dado de presente por Andrew) e Elton John completa o time de convidados tocando com elegância e impensada discrição em “Get Close” e atuando da mesma forma que o também falecido Stone original Ian Stewart faria, batucando no piano, no melhor estilo boogie woogie, numa das duas vezes no álbum em que Charlie Watts comparece – “Living By The Sword”, um rockaço com Bill Wyman no baixo, reformando a seção rítmica clássica dos Stones. Charlie, gravado quatro anos atrás, empresta também seu suíngue à super dançável “Mess It Up”, candidata potencial a futuros remixes.
Há pontos que podem ser considerados mais baixos. “Whole Wide World”, genérica, e “Driving Me Too Hard”, que toma emprestado o riff de abertura do clássico “Tumbling Dice”, de 1972 .
Mas as recompensas são muito maiores e imensamente valiosas, como o encerramento do disco com Mick e Keith sozinhos, voz, gaita e violão (um Gibson L-4 de 1930, parente direto do mesmo modelo usado por Robert Johnson, o legendário decano do blues) interpretando “Rollin’ Stone”, a música de Muddy Waters que batizou o grupo. É um momento ao mesmo tempo puro e primal, onde se ouve, da forma mais palpável possível, a essência de Jagger e Richards – e, consequentemente, dos Stones. É um final de ciclo sublime, perfeito, redondo.
Algo precisa ser dito também a respeito de Steve Jordan, cujo ingresso na banda traz um certo amargor, por ter entrado no lugar de um músico tão adorado e tão importante para os Stones. Mas o que ele consegue em Hackney Diamonds – assim como vinha fazendo nos shows dos Stones no ano passado – é imprimir uma energia nova, um calor que rejuvenesce o trio principal. Pode não ter a mesma classe de Charlie (afinal, quem tem?), mas ouça o pedal do bumbo e a caixa dele em “Bite My Head Off”. É uma porrada. E a condução da dinâmica de “Sweet Sounds of Heaven” e “Dreamy Skies” mostra que ele tem a chave para a alma dos Stones.
Desde que foi anunciado de surpresa, no final de agosto, Hackney Diamonds vem sendo objeto de um marketing original e pesado, que começou com a publicação em agosto de um anúncio no jornal de bairro Hackney Gazette – divulgando a abertura de uma vidraçaria de mentirinha com dizeres que reproduziam títulos de músicas dos Stones e adornado com a icônica lingua-logo, brincando com o nome do disco, gíria londrina para os cacos de vidro que restam no chão ou no asfalto depois que um carro ou uma vitrine são arrombados. Depois, chegou às redes sociais via postagens divertidas no Instagram com elementos da arte do disco (criada pela filipino-americana Paulina Almira) aparecendo em paisagens do mundo inteiro, inclusive a praia do Arpoador. Na sequência, passou por um videoclipe estrelado por um dos rostos mais famosos da jovem Hollywood, a atriz Sydney Sweeney (mais uma forma de aproximar os Stones das gerações que não cresceram com eles) e se amplia agora com a oferta de diferentes versões e formatos para o disco – com parceria com a liga americana de beisebol para a edição de exemplares do disco dedicados a cada um dos times que participam do campeonato, e versões especiais em cassete e até em um tipo de vinil que é capaz de reproduzir o efeito estroboscópico das zoetropes (aquela engenhoca antiga, predecessora do cinema, onde imagens ganham movimento quando vistas dentro de um tambor vazado).
E mais: acabaram de abrir lojas pop-up dos Stones em Nova York, Tóquio e e Los Angeles (que se juntam à já existente, há anos, na Carnaby Street, em Londres), firmou-se uma parceria com o Barcelona Futebol Clube e a Spotify, pela qual os jogadores vestirão uma camisa especial, adornada com a famosa língua-logo da banda, e uma blitzkrieg de Stones nos programas de entrevistas da TV mundo afora, culminando com um “show surpresa” em Nova York, ontem, quinta-feira (19/10), onde tocaram três músicas de Hackney Diamonds, inclusive "Sounds of Heaven", com Lady Gaga junto com eles, no palco.
Ah, e ainda tem um documentário com uma hora de duração sobre a feitura do disco, The Stones: Still Rolling, por ora sem data de exibição, que incluirá uma mesa-redonda entre Mick, Keith e Ronnie discutindo o álbum e a carreira dos Stones.
Será esse o capítulo final na saga da auto-proclamada maior banda de rock ’n’ roll do mundo, 61 anos depois de ter iniciado a carreira? Dificilmente.
Apesar de saberem que há mais tempo para trás do que pela frente – e isso está nas letras de Hackney Diamonds (“deixem os velhos acreditarem que ainda são jovens”, pede Mick em “Sweet Sounds of Heaven”; “será que meu futuro está todo no passado?”, pergunta Keith em “Tell Me Straight”) –, os Stones têm planos para uma turnê a partir de 2024 e Jagger garante que já estão gravados dois terços do próximo álbum, faixas também feitas com Andrew Watt que ficaram para depois.
Não só isso: existe a possibilidade real de muito em breve haver Rolling Stones sob a forma de hologramas, a exemplo do que fez o ABBA. O que ajudaria a garantir aos Stones a certeza da imortalidade. Não acredita?
“Já estamos conversando sobre isso”, garantiu Mick a um entrevistador de TV. “Vai acontecer. Com certeza”. E se Mick disse, está dito.
José Emilio Rondeau
A incrível história da cantora que o Brasil esqueceu. As memórias de Barbra Streisand e Sly Stone. Martin Scorsese defende os filmes de longa duração. Madonna de volta à estrada. E todos os créditos do novo filme de Darren Arofnofsky em uma só imagem.
– O escritor e pesquisador musical Rodrigo Faour acaba de lançar A incrível história de Leny Eversong ou A cantora que o Brasil esqueceu, biografia da cantora paulista muito conhecida entre os anos 1940 e 1960, aqui e nos Estados Unidos por seu vozeirão, enquanto era vítima no Brasil de gordofobia, em especial por parte da imprensa. Apesar de não saber inglês, Lenny – cujo nome verdadeiro era Hilda Campos Soares da Silva – cantava naquela língua com desenvoltura, quase sem sotaque, o que rendeu apresentações em programas de TV de prestígio, como o Ed Sullivan Show – o mesmo que apresentou os Beatles aos americanos – , onde contracenou com Elvis Presley. Por outro lado, caiu no ostracismo em seu próprio país, e morreu abandonada, sem dinheiro – e esquecida.
– Enquanto isso, dois outros livros trazem as memórias de um par de artistas musicais icônicos: Barbra Streisand e Sly Stone. As quase mil páginas de My Name is Barbra compilam relatos da própria cantora e atriz desde a infância, com trechos de bom humor e auto-gozação (ao contrário do resto dos mortais, ela adora ir ao dentista, e faz questão de ressaltar isso ao longo do livro). Por sua vez, em Thank You (Falettinme Be Mice Elf Agin) o fundador da popularíssima Sly and The Family Stone, uma das forças do soul, do rock e do pop americanos dos anos 1960 e 1970, e cuja carreira foi descarrilhada por drogas e paranóia, conta sobre seu início como músico, nos arredores de São Francisco, na Califórnia, suas atribulações pessoais, seus vícios (que o levaram a passar temporadas na cadeia) e sua reabilitação.
– Vai até 25 de fevereiro, no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, a 22ª Bienal Sesc Videobrasil. Tendo como tema A Memória É Uma Ilha de Edição, a mostra reúne os trabalhos de 60 artistas de países emergentes, conforme a direção artística de Solange Oliveira Farkas e curadoria do brasileiro Raphael Fonseca e da queniana Renée Akitelek Mboya. Estão representados África, Américas (Sul, Central e Norte), Ásia, Europa (Leste e Portugal), Oriente Médio e Oceania.
– Um oásis para os fãs de música clássica em meio ao caos urbano. Pode ser definido assim o Lion Café, no coração do movimentado distrito de Shibuya, em Tóquio. Aberto em 1926, desde então dedica-se a oferecer a seus clientes a bebida de preferência e música clássica, apresentada, hoje em dia, através de um de seus 10 mil LPs e CDs, e tocada em caixas de som de última geração, para um público distribuído em cadeiras, como se estivesse diante de uma orquestra. É um dos mais velhos mikyoku kissa – ou “cafés de obras-primas” – da cidade.
– Na semana em que estreia seu novo filme, Assassinos da Lua das Flores, o diretor Martin Scorsese defendeu os filmes de longa duração – o dele tem três horas e 26 minutos – em entrevista para O Globo. “Tenho sentido a necessidade de dar tempo aos filmes para contarem suas histórias”, argumentou. "As pessoas reclamam. Mas, fala sério, você senta na frente da TV e consegue ver algo por mais de cinco horas. Eu mesmo já fiz isso. E muitas pessoas vão ao teatro e assistem a uma peça por três horas e meia. Dê um pouco de respeito ao cinema”. Este mesmo assunto foi discutido tempos atrás aqui mesmo no FAROL.
– Madonna caiu de volta na estrada. No sábado passado, ela abriu no O2 Arena, em Londres, o primeiro de uma série de quatro shows naquele ginásio com capacidade para mais de 20 mil pessoas, da turnê Celebrations, adiada por uma infecção bacteriana da artista a duas semanas da data original da estreia da excursão, três meses atrás. No decorrer de mais de duas horas de show, Madonna cumpriu o prometido e desfilou mais de 40 hits de suas quatro décadas de carreira, como “Holiday,” “Like a Prayer,” “Hung Up,” “Ray of Light” e “Bad Girl”. Agora, a turnê parte para a Europa – com shows agendados em Barcelona, Paris e Milão – antes de chegar aos Estados Unidos, em meados de dezembro. Ainda não se sabe de planos da tour vir para a América do Sul.
– Você já leu aqui sobre Postcard from Earth, filme de Darren Aronofsky, diretor de A Baleia e Réquiem Para Um Sonho, feito em 4D especialmente para ser exibido em displays de 16K com altura equivalente a 20 andares na Esfera de Las Vegas, espaço inaugurado recentemente pelo U2. O filme estreou, afinal, e Darren usou de um artifício incomum para o final. Sabe os créditos de encerramento de um filme? Aquelas centenas de nomes de artistas, produtores e técnicos? Pois Aronofsky se aproveitou da vastidão do lugar e projetou todos os créditos finais de uma só vez – quase dois mil nomes.
PLAYLIST FAROL ESPECIAL - HACKNEY DIAMONDS
Uma apreciação, faixa a faixa, do esperadíssimo novo álbum dos Rolling Stones.
“Angry”– “1, 2, 3 …” e lá vamos nós junto com Mick, Keith, Ronnie e Steve (ocupando a bateria com brio e musculatura) mergulhando no primeiro single do álbum, uma abertura de disco que demonstra o vigor do trio original combinado aos valores de produção pop state-of-the-art de Andrew Watt. As guitarras cospem riffs ganchudos, se entremeiam, se complementam, se estimulam, enquanto Jagger canta com uma potência e uma qualidade sobrenaturais. Um single que demonstra, como Mick pretendia, qual é o som dos Stones hoje.
“Get Close”– Elton John abre o desfile de convidados do disco tocando piano de forma elegante mas discreta (discreto? Elton? Pois é.) numa faixa onde um curto solo de sax – executado por James King – remonta à sonoridade de Tattoo You, de 1981.
“Depending On You”– Ronnie brilha na guitarra slide no decorrer de uma balada de amor adornada por um arranjo de cordas e o órgão Hammond de Benmont Tench, com um (bem) pequeno quê de “Moonlight Mile”.
“Bite My Head Off”– Aqui o clima esquenta, com Sir Paul participando de uma brincadeira punk rock empunhando um baixo Hofner ultra-distorcido. Um Beatle tocando com os Rolling Stones! Mas a grande estrela da faixa talvez seja Steve Jordan, propulsionando a bateria – e todos os músicos – a caminho da estratosfera.
“Whole Wide World”– Jagger afeta um sotaque britânico exagerado, com a voz encharcada de efeitos, numa das poucas faixas genéricas do disco, onde as guitarras de Wood e Richards chegam distorcidas à enésima potência.
“Dreamy Skies”– Lânguida e dolente, a canção de cores country californiano como os Stones gostam, mas aqui soando como se estivesse sendo tocada num salão esfumaçado, numa madrugada de verão. Ronnie toca tudo o que sabe no dobro. E Benmont Tench pilota, de novo, seu Hammond.
“Mess It Up”– A primeira de duas participações de Charlie Watts no álbum é dançante e cativante, traz Andrew Watt no baixo, enquanto Keith e Ronnie se esbaldam – e apresenta em destaque o falsete de Jagger.
“Live By The Sword”– Os Stones de volta a sua formação clássica mais recente, ainda que não juntos numa mesma sala, com Bill Wyman (no topo da forma, aos 83 anos!) juntando-se a Charlie (gravado em 2019), Mick, Keith e Ronnie. Elton John reaparece, num papel ocupado no passado por Ian Stewart, o “sexto Stone”, morto em 1985, batucando um legítimo boogie-woogie.
“Driving Me Too Hard”– Descendente direta de “Tumbling Dice”, embora sem o mesmo charme e a originalidade, vale mais pela guitarra lírica de Ronnie.
“Tell Me Straight”– O momento de Keith fazer a voz principal, como em todos os álbuns dos Stones de uns anos para cá, num R&B reflexivo sobre a passagem do tempo.
“Sweet Sounds of Heaven”– A apoteose do álbum, com Stevie Wonder disparando licks de piano e Lady Gaga duelando com Mick num triunfo soul/gospel que é a melhor faixa de todo o disco.
“Rolling Stone Blues” – Mick, Keith, violão e gaita fechando Hackney Diamonds – e um ciclo de vida e música – tocando a canção de Muddy Waters que inspirou o nome da banda. Simplesmente transcendental.