A tecnologia, a arte e a controvérsia por detrás dos shows revolucionários do U2 em Las Vegas
Imagens em 16K espalhadas por 15 mil m2, com altura correspondente a 20 andares. Quase 1.600 caixas de som. Vinte mil celulares acionados, insaciáveis. Ah, sim: e os quatro humanos tocando no palco
A experiência é de tirar o fôlego. Jamais houve algo sequer parecido.
As 18.600 pessoas que na sexta-feira passada lotaram a Esfera, em Las Vegas, na noite de abertura da residência de 25 noites (não-sucessivas) do U2 até 12 de dezembro, não assistiram a um mero show de rock – se é que a palavra “mero” pode ser usada para descrever qualquer coisa associada ao U2, uma banda eternamente empenhada em desafiar os limites das apresentações ao vivo.
Todos ali dentro da Esfera testemunharam um divisor de águas. Ou, como descreveu Andy Greene na Rolling Stone, um “salto quântico” para o universo dos concertos.
Enquanto a banda se movia num tablado reflexivo nu e negro, que lembrava um toca-discos, imagens em 16K, de nitidez absoluta, ocupavam um display de quase 15 mil metros quadrados, com altura correspondente a 20 andares. O som, cristalino, saía de quase 1.600 caixas de som fixas (mais centenas de módulos móveis) que cuspiam áudio espacial de última geração.
A projeção envolvia a todos – pela frente, pelos lados, por cima – ali dentro com montagens psicodélicas, paisagens inacreditavelmente realistas ou surreais (uma Las Vegas real ou engolida pelo deserto), palavras de ordem, rostos conhecidos tornados gigantes (muito Elvis Presley, mas também Dean Martin, Nicolas Cage e Sinatra). E, sim, imagens ampliadas dos músicos que estavam tocando ali, também.
Nunca existiu um lugar como a Esfera, um local onde a platéia é envolvida (bombardeada?) por som e imagem vindos de praticamente todas as direções, estimulando os sentidos à enésima potência, criando uma sensação definida por Bono como aquela provocada por “um pedal de distorção para a mente”. E o que o lugar ofereceu na estreia com o U2 indica incontáveis possibilidades para outros shows de música, sim, mas também para audiovisual, óperas, talvez até eventos esportivos.
Como já mencionamos aqui, quando a Esfera ainda estava em construção, o cineasta Darren Aronofsky, diretor de filmes marcantes, como A Baleia, Cisne Negro, Réquiem Para Um Sonho e Pi, criou para a Esfera Postcard from Earth, audiovisual que ele descreveu ao The Hollywood Reporter como sendo uma “jornada de ficção-científica que mergulha no nosso futuro, enquanto nossos descendentes refletem a respeito do lar que compartilhamos”, combinando linguagem de documentário e de filmes narrativos, com imagens captadas em todos os continentes do planeta (inclusive, tomadas submarinas) com uma câmera especialmente construída para a ocasião, batizada de Big Sky, feita em Burbank, na Califórnia, pelo braço técnico encarregado de produzir conteúdo para a Esfera.
Grande parte do crédito do sucesso estrondoso dessa estreia da Esfera deve-se, naturalmente, ao próprio U2. Sua ousadia e sua busca eterna pelo novo e arrojado, pelo ainda não tentado, pelo talvez impossível, baliza tudo que se vê e ouve ali.
Foram eles que convocaram os diretores criativos Gavin Friday (parceiro de décadas), Willie Williams (com quem o grupo trabalha desde a turnê Zoo TV, de 1992, e que também colaborou com Rolling Stones, David Bowie e Lady Gaga) e a artista e cenógrafa Es Devlin (outra veterana de shows do U2, responsável pela turnê Innocence and Experience, de 2014) para pensar e criar os visuais usados no show junto com Brian Eno (o palco teria sido inspirado em seu próprio toca-discos), John Gerrard (o artista irlandês responsável pela paisagem desértica do show onde se destaca uma bandeira hasteada de fumaça) e Marco Brambilla, diretor de cinema e autor de instalações e colaborações que vão de óperas a celebrações de marcas de automóvel, responsável por um dos visuais mais impactantes do espetáculo, a obra “King Size”, painel caleidoscopial bolado para acompanhar “Even Better Than The Real Thing”.
Brambilla explicou à revista Billboard que criou seu painel remotamente, sem sequer ter ido visitar a Esfera, ao longo de três meses. Durante todo o processo de criação ele utilizou óculos de realidade virtual para pré-visualizar o resultado, pensando em como o público veria aquilo, onde quer que estivesse. Bastavam alguns comandos nos óculos de VR para se posicionar num determinado lugar da plateia e avaliar os efeitos visuais para aquele assento, especificamente.
Marco conta que usou recursos de Inteligência Artificial ao criar Elvis em diferentes fases da vida para seu “King Size”, assim como outros ícones de Vegas. Mas tudo de tal forma que a tecnologia por detrás da arte permanecesse invisível, um dos benefícios do equipamento empregado na Esfera.
”Você não percebe a tecnologia, os pixels, a resolução”, ele se entusiasma, “parece simplesmente uma janela para outro mundo”.
Este mundo novo que se descortina com os shows do U2 na Esfera tem seus contrapesos. Há quem acredite que o artista que se apresenta na Esfera, seja quem for, torna-se coadjuvante de um todo maior – o cenário viraria mais importante que as pessoas no palco. Existe também a multiplicação exponencial do uso de celulares na plateia para registrar aquele visual incomparável, o que transforma o público num sem-fim de telefones acionados para gravar cada segundo do show e criar selfies, amplificando uma tendência que potencialmente anestesia a emoção do momento em nome de um registro duradouro para ser compartilhado nas redes sociais.
Seja como for, outros artistas estavam lá na noite de estreia, certamente anotando os prós e contras da Esfera – Paul McCartney, Snoop Dogg e Jon Bon Jovi, por exemplo. E há rumores de que Harry Styles, Phish e Billy Joel já estariam prestes a reservar datas na Esfera.
Por outro lado, cumprindo a máxima de que “o que acontece em Las Vegas fica em Las Vegas”, o show do U2, conforme concebido para a Esfera, não pode ser reproduzido em lugar algum – a não ser numa outra Esfera, a ser construída em outra cidade ou em outro país.
De fato, existem planos de reproduzir o mesmo tipo de prédio em lugares como Nova York e Los Angeles. Mas não é exatamente fácil ou rápido erguer um empreendimento tecnologicamente complexo que engole mais de dois bilhões de dólares por cada novo edifício.
MAR abre mostra sobre o funk com trabalhos de 100 artistas de todo o país. Andrew Lloyd Webber, queridinho da vanguarda? Festival do Rio celebra 25 anos. Stevie Nicks vira boneca Barbie. E novo livro reúne imagens inéditas da vida e da carreira de Bob Dylan.
– O funk é o tema da nova mostra que ficará em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR) até julho de 2024. Funk: um grito de ousadia e liberdade reúne trabalhos de mais de 100 artistas de diferentes regiões do Brasil, selecionados pela equipe do museu junto com dois curadores convidados: Dom Filó, personagem pioneiro, desde os bailes black e das equipes de som dos anos 1970; e Taísa Machado, criadora do projeto Afrofunk, que pesquisa danças da periferia e suas relações com a diáspora africana. Embora haja ênfase na faceta carioca do funk, a mostra abrange sua evolução e influência por todo o país, como o Rio Grande do Norte.
– "Andrew Lloyd Webber, queridinho da vanguarda?”. O The New York Times detectou uma ressurgência no interesse pela obra do criador de musicais de imenso sucesso dos anos 1960 para cá junto a uma nova geração de diretores de teatro, que passaram a dar tratamento ousado em novas montagens de clássicos do currículo de Webber. Dessa forma, espetáculos como Cats, Evita, Jesus Cristo Superstar e Sunset Boulevard estão ganhando vida nova e novos contornos em versões apresentadas recentemente em Amsterdã, Londres e Nova York. "Estas novas produções, refletindo tendências contemporâneas, dão ênfase à psicologia e à política, em detrimento da emoção e da pirotecnia”, escreveu Michael Paulson no jornal.
– O Festival do Rio comemora seus 25 anos com a edição 2023, que começou ontem, 5/10, e vai até 15 de outubro na capital fluminense. A abertura de gala, no Cine Odeon, ficou por conta de Atiraram no Pianista, de Fernando Trueba e Javier Mariscal, enquanto dois filmes encerrarão o evento, Priscilla, cinebio da ex-esposa de Elvis Presley, feita por Sofia Coppola, e O Sequestro do Voo 375, dirigido por Marcus Baldini, que relembra o sequestro de um voo comercial da Vasp, em 1988, por um tratorista desempregado que resolve jogar o avião no Palácio do Planalto e matar o então presidente José Sarney, a quem culpava por seus problemas. O festival ocupará espaços por todo o Rio de Janeiro, em centros culturais, arenas culturais da Prefeitura e até mesmo na praia. “O Festival do Rio é uma celebração e um convite a novas aventuras, guardando um profundo respeito pela nossa história”, diz Ilda Santiago, diretora executiva de programação do evento. "O Brasil é muito plural e podemos ver este retrato também nas telas do cinema. São diversas ações que criamos para os mais diversos públicos e gostos diferentes, para comemorar a marca histórica de 25 edições do festival”. Acesse aqui toda a programação do Festival do Rio.
– Stevie Nicks, vocalista do veterano Fleetwood Mac, tem agora uma boneca Barbie para chamar de sua. O novo produto custará 55 dólares, só estará à venda em outubro, em comemoração aos 75 anos de Stevie, mas a cantora anunciou sua existência semana passada, num show no Madison Square Garden, em Nova York, parada de sua atual turnê solo. Ela também comentou em seu perfil no X o que estava achando de tudo aquilo, desde que a Mattel procurou-a querendo comercializar uma boneca baseada nela, mas usando o visual dela em 1977, da época em que o álbum Rumours foi lançado. “Quando olho para a boneca vejo a mim mesma com 27 anos”, escreveu Nicks. “Voltam todas as memórias de subir num palco grande vestindo aquela roupa preta e calçando aquelas botas lindas. Tudo por que passamos juntos (na banda) desde 1975 – as batalhas que travamos, as lições que aprendemos. Eu sou ela e ela é eu. Ela tem meu coração”. Stevie participou ativamente do desenvolvimento da boneca. A Mattel já homenageou figuras do rock com bonecos, anteriormente, como Tina Turner David Bowie Elvis Presley. O Mac, por outro lado, não existe mais, segundo Nicks. Ela não consegue enxergar o grupo seguindo em frente após a morte da vocalista, compositora e tecladista Christine McVie, em novembro do ano passado.
– E um novo livro – Bob Dylan: Mixing Up The Medicine – reúne imagens raras ou inéditas e itens variados do bardo americano, de anotações a trechos de correspondência, tudo acumulado ao longo de sete décadas. Estão ali desde uma foto de Bob em 1957, numa colônia de férias, violão já nas mãos, e onde fez sua primeira apresentação, tocando "Annie Had a Baby”, música do astro country Hank Ballard, a um bilhete do poeta Beat Allen Ginsberg, escrito em 1969, quando tinha acabado de gravar um disco onde musicou os poemas da coleção Canções da Inocência e da Experiência, de William Blake. Tudo isso faz parte do acervo do Bob Dylan Center, museu dedicado ao Sr. Zimmermann em Tulsa, Oklahoma.
Kika e Bey: um encontro em Nova Orleans
Hoje o FAROL abre uma nova janela, com a primeira de muitas futuras colaborações de Kika.
Ela estreia fazendo um relato de sua ida a Nova Orleans para ver, na fila do gargarejo, o que seria (mas acabou não sendo, ela explica) o último show da turnê Renaissance, da rainha Beyoncé.
Muitos outros textos de Kika virão, com um olhar refrescante sobre livros, música, museus e muito mais. Bem-vinda ao FAROL!
Renascida com Beyoncé
No dia 27 de setembro desse ano – mais conhecida como quinta-feira da semana passada – eu cruzei um portal mágico banhado de discoteca e cultura country, onde renasci junto a uma multidão prateada: o mundo de Renaissance, de Beyoncé.
Saí de São Paulo e, após uma breve parada em Miami, fui para New Orleans, a localização, entre mais de 30 cidades no mundo, escolhida para assistir de camarote ao meu primeiro show da maior diva pop da atualidade.
Os motivos para escolha de NOLA (apelido de New Orleans) não faltam: cidade da icônica apresentação de Bey no Super Bowl; locação do aclamado Lemonade; estado de nascimento de Tina – "momma Louisiana" te diz algo? – e cidade escolhida para encerrar a turnê (o que não se concretizou, pois o show no Kansas precisou ser adiado para outubro). Símbolos não faltavam me garantindo que esse show seria especial.
E foi. Aqui, alguns detalhes das 2h30 que passei ao lado – literalmente – de Beyoncé Knowles:
CAESARS SUPERDOME
O espaço destinado ao show no estádio contava com 5 áreas VIP: duas em cima do palco, uma de frente para o palco secundário e duas entre o palco principal e o secundário, que foi a minha escolha.
Esse ingresso – chamado BeyHive – vinha com regalias: entrada prioritária no estádio, restaurantes e banheiros exclusivos e merch personalizado da turnê.
Mas o diferencial mesmo era a posição privilegiada, a menos de 10m da estrela na maior parte do espetáculo. MUITO PERTO, o tempo todo. Mesmo quando se distanciava e ia para o palco secundário, o show da banda e do corpo de baile fazia valer o lugar.
Dá uma olhada nessa vista:
SETLIST:
O foco, como não poderia deixar de ser, é o álbum que dá nome à turnê. Ela passa por todas as músicas de Renaissance – tudo na ponta da língua do público, que fez bonito o show inteiro.
Para além do Renaissance, as 37 músicas que formaram o setlist passaram por todas as fases da carreira solo da cantora. Nenhuma do seu trabalho com Destiny's Child, vale notar.
Se eu senti falta de alguma música? Não. Realmente impossível querer algo a mais do que foi entregue, que foi um show redondo, bem encaixado, apesar de minhas preferidas não terem entrado.
Meu ponto alto foi a dobradinha “I'm that girl” e “Cozy”.
PERFORMANCE:
Não há o que dizer, a mulher é impecável. Não tem outra palavra. Tudo funciona, numa potência inacreditável. A voz não falha, a dança não para, o carisma e o carão não saem de cena, o público corresponde a cada pequeno sinal de interação, o telão gigantesco é um show, em si.
Além da potência de Beyoncé como performer individual, ela é generosa com seu time, que tem momentos exclusivos, se apresentando sem a patroa.
O fato dela voar sentada em um cavalo prateado é realmente apenas a cereja do bolo.
BEYHIVE:
Nome dado aos fãs leais da diva, a BeyHive é um show à parte. Fizeram festa já na chegada, com seus looks à caráter para o tema da turnê, transformando o Superdome em um mar de paetês prateados; dançaram na fila para entrar no estádio; cantaram todas as músicas do começo ao fim do show e festejaram como se estivessem em uma grande comunhão, onde todos compartilhavam um mesmo estado de espírito. Dava para sentir a energia.
E para encerrar o debate internacional rolando: New Orleans ganhou o Mute Challenge, ok?
O que eu vi foi o maior espetáculo da minha vida até aqui. Beyoncé e sua equipe gigantesca elevam muito o nível do que é ser uma performer no cenário global, com esse alcance que só ela tem atualmente. Entregam mais que uma apresentação musical: é uma experiência fincada em profundas raízes culturais de um EUA não muito celebrado no mainstream, um EUA sulista, preto, constantemente atacado e que responde com cultura do mais alto nível.
E para os fãs brasileiros, ansiosos pelo anúncio da turnê na América do Sul, por ora resta esperar 1º de dezembro, quando Queen Bey lançará Renaissance: A Film by Beyoncé. Encontro vocês na primeira fila de mais esse espetáculo.
PLAYLIST FAROL 55
A cidade atômica do U2. O Chefão e a "patroa” cantam o amor. Laura Finocchiaro celebra 40 anos de carreira. O afrofuturismo do Onipa. A volta de Creation Rebel. O pop esperto e miscigenado de Becky G. As cordas de Oneothrix Point Never. Joe Jackson abraça o teatro musicado inglês do início do século 20. Ghost Train Orchestra + Kronos Quartet. E Brian Eno acende o farol de número 411.
U2 – “Atomic City”– O quarteto irlandês tem um caso de amor antigo com La Vegas, desde que filmou lá, em 1987, um videoclipe para "I Still Haven’t Found What I’m Looking For”. Às vésperas de dar a largada na residência que inaugurou a Esfera, o U2 sacou da manga uma nova canção, dedicada a Vegas, usando uma melodia que lembra muito “Call Me”, do Blondie.
Bruce Springsteen – “Addicted to Love“ – O Chefão e a “patroa” Patti Scialfa fazem dueto numa música de amor criada para a trilha da comédia romântica She Came To Me. A produção é de Bryce Dessner, tecladista do The National e encarregado de toda a produção musical do longa.
Laura Finocchiaro – “Mulher de Púrpura”– A cantora, compositora, instrumentista e produtora gaúcha coroa 40 anos de carreira com uma cintilante faixa, composta em parceria com o sobrinho, Ricardo Finocchiaro, onde celebra o feminino em toda sua força e delicadeza. A guitarra de Gilberto Oliveira embrulha a gravação com doses iguais de lirismo e faíscas.
Onipa – “Marching Over”– A música afrofuturista do quarteto une Gana e Londres no recém-lançado Off The Grid, o primeiro álbum para o selo Real World, de Peter Gabriel, onde mistura os sons da mata, folclore africano, hip hop e música eletrônica. O nigeriano Dele Sosimi dá uma canja.
Creation Rebel – “This Thinking Feeling”– Pioneiro do dub no Reino Unido, adorado pelos fãs de reggae assim como pelos punks, o Creation Rebel lançou seis álbuns – e sumiu. Corta para 40 anos depois e cá está o disco de número sete, o álbum Hostile Environment, gravado por três integrantes da formação clássica. Participa o toaster Prince Far I, a quem costumavam acompanhar no passado.
Becky G – “CUIDADITO”– Americana, Becky utiliza suas raízes mexicanas (e sua ligação com música latino-americana, em geral) para fazer um pop esperto, rico, interessante, como comprovado em seu novo álbum, adequadamente batizado de Esquinas. Nesta faixa – uma música sobre traição – ela faz dueto divertido com a famosíssima cantora Chiquis.
Oneothrix Point Never – “Elseware” – Projeto do americano Daniel Lopatin , o OPN deixa de lado temporariamente o uso experimentalista de instrumentos eletrônicos e emprega um naipe de cordas para criar temas instrumentais elegíacos.
Joe Jackson – “Health and Safety”– O britânico Joe é um dos artistas mais versáteis, estimulantes e completos a surgir do aluvião punk/new wave. A cada década ele busca caminhos novos e surpreendentes, do jazz safra anos 1950 ao teatro musicado inglês do início do século 20, como faz aqui, numa revisita ao repertório do compositor Max Champion, acompanhando-se de uma orquestra de 12 integrantes.
Ghost Train Orchestra/ Kronos Quartet – “Songs & Symphoniques”– Dois grupos idiossincráticos se reuniram para celebrar a obra de um artista que, como eles, extrapolou fronteiras musicais, ainda que, talvez, com um condimento adicional de excentricidade: Moondog, compositor e multi-instrumentista nova-iorquino que criou uma maneira própria de lidar com ritmo e melodia nas gravações feitas nas décadas de 1960 e 1970.
Brian Eno – “Lighthouse # 411”– E para limpar o palato e fechar a tampa da playlist da semana, uma música meditativa e impressionista do mestre Eno que certamente foi inspirada neste FAROL aqui … caso ele seja o de número 411. Faz parte de um projeto de rádio HD para a marca Sonos, fabricante de aparelhagem de som, e chama-se … Farol (Lighthouse).