Ser filho de Frank Zappa era viver um 'experimento social'
Primogênita de uma lenda do rock, Moon Unit lançou livro de memórias onde pinta uma vida familiar para lá de heterodoxa, cercada de música, sexo e caos
Ela considera a mãe, Gail, a primeira pessoa no mundo a praticar bullying contra ela, a primogênita da família. “Depois disso, é difícil saber para onde ir”.
O pai, Frank, pode até ter sido adorado pela filha por toda sua vida e chamado de gênio musical pelo resto do mundo. Mas o elogio irrestrito arrepia a mulher adulta de hoje, aos 56 anos. “É tão fácil fazer seus filhos se sentirem seguros e protegidos, se interessar pelos interesses deles”, ela disse, numa entrevista recente ao jornal The Los Angeles Times. “Mas como tudo isso escapa a um gênio?”.
Essas são algumas das muitas ponderações de Moon Unit Zappa em seu recém-lançado livro de memórias, o espinhoso Earth to Moon, onde ela destrincha o complicado relacionamento com os pais – o músico Frank Zappa e a mãe Gail, ex-secretária do Whisky a Go Go, casa noturna em Los Angeles onde ele e sua banda, The Mothers of Invention, se apresentavam nos anos 1960 e 1970, e mais tarde responsável pela parte empresarial do marido – e os quatro irmãos mais moços, hoje embolados com ela num acre litígio.
Um dos músicos mais incensados de sua geração, dono de uma criatividade assombrosa, o guitarrista, compositor e produtor Frank Zappa construiu uma carreira prolífica e única ao longo de quatro décadas, à frente dos Mothers ou solo, expandindo os limites do rock e do jazz em incontáveis shows mundo afora e nos 62 álbuns que lançou enquanto vivo, com um legado póstumo de outros quase 70 discos (agora mesmo está para sair um caixotão reeditando Apostrophe, lançado originalmente em 1974). Colaborou com John Lennon, impulsionou o início da carreira de Alice Cooper, trouxe para sua banda músicos como Adrian Belew, Terry Bozzio e George Duke, e foi nomeado Assessor Cultural e Embaixador por Vaclav Havel, o derradeiro presidente da Tchecoslováquia. A vida doméstica, enquanto isso, teve bem menos brilho.
“Éramos um experimento social dos nossos pais”, define a autora, incluindo aqui os irmãos, todos com nomes singulares: além dela, Moon Unit (Unidade Lunar), Dweezil (apelido inicialmente dado por Frank às unhas da esposa), Ahmet (referência ao fundador e chefão da seminal gravadora Atlantic Records, Ahmet Ertegun, que teria namorado Gail), e Diva.
A começar pela maneira como Frank e Gail decidiram nomear sua primeira filha. Zappa via na garota uma força de unidade que iria servir de elo eterno da família. Mas a realidade foi outra – e anos-luz distante de uma infância ou uma adolescência normais, mesmo para o rebento de uma personalidade muito famosa, o que, por si só, já desequilibraria as cabeças mais sensatas.
“Minha criação foi igualzinha à sua”, a autora brinca com o leitor, pingando sarcasmo nas páginas do livro. “Meu pai era um astro de rock, meus companheiros de brincadeira eram dois camelos invisíveis e meu sonho era seguir os passos de Frank para ajudar as pessoas e fazê-las rir, só que eu estaria vestida de freira”.
Embora as drogas nunca entrassem em sua casa – Frank, auto-declarado “pagão absurdista”, era absolutamente contra e demitia os integrantes de sua banda que flagrava se drogando –, Moon Unit foi criada num ambiente para lá de heterodoxo, numa casa que ela descreve como suja e repleta de estranhos, muitas vezes circulando nua entre eles, ainda pequena.
A sala de estar era enfeitada com a pintura de uma orgia. O pai passava fora a maior parte do tempo, trabalhando. Mas costumava trazer para casa namoradas – aturadas, até certo ponto, por Gail – e deixar claro suas opiniões sobre as mulheres e suas preferências. “Quem quer uma tábua de passar?”, disse certa vez à filha, referindo-se a mulheres com seios modestos. Também não precisavam ser enormes. “Se caberem na boca já está bem”. Frank bolinava quem quisesse, quando quisesse, na frente dos filhos, e a filha presenciou as vezes em que ele justificava para a mulher suas múltiplas infidelidades. “É só uma foda!”, dizia em meio a brigas com Gail. Quando a esposa ficava especialmente furiosa, ele recorria à filha: “Esconda a arma!”.
Como isso afetou Moon Unit? “Eu era uma criança que procurava roupas de banho com gola rulê, porque me sentia completamente exposta”, contou ao jornal inglês The Sunday Times. “Cresci achando que era horrível ser uma menina”.
Enquanto isso, a mãe – interessada em discos voadores, bruxaria e teorias de conspiração – punha maldições em contratos do marido e nas muitas “amigas” que frequentavam a casa, e descontava suas frustrações na filha, pela qual nutria ciúmes: era mais um ser feminino disputando a atenção do marido. Pior, é a própria filha!
Por sua vez, o pai deu uma pernada profissional em Moon Unit quando os dois colaboraram pela primeira (e última) vez numa música. A filha tinha 14 anos e brincava imitando o jeito de falar das meninas de sua escola, no Vale de São Fernando, na Califórnia. Frank se acabava de rir das imitações e um dia resolveu gravá-las e acrescentar música a elas. O resultado, o single “Valley Girl”, tornou-se o maior sucesso de Zappa nos Estados Unidos, seu único disco a chegar à parada dos Top 40 da revista Billboard. Moon Unit, por causa disso, virou uma estrela na MTV. Só que não teve o reconhecimento paterno que esperava. Frank se enraiveceu com o sucesso do compacto, uma bobagem inconsequente, uma brincadeira leve que tornou-se um enorme hit pop, ofuscando, assim, toda sua discografia anterior, seu trabalho “sério”. Ao mesmo tempo, não quis dar crédito algum a Moon Unit pelo single.
Andy Warhol, certa vez, relatou a reação de Frank quando o cumprimentou pelo talento da filha e pelo desempenho do disco. “Escuta aqui, eu a criei”, rugiu o patriarca, em resposta. “Eu a inventei. Ela não é nada. Aquilo é tudo eu”.
Qualquer dívida de Moon Unit com Frank – artística ou não, real ou imaginada – acabou sendo cobrada quando ele foi diagnosticado com câncer de próstata, aos 48 anos. Frank se recusava a iniciar um tratamento com radiação, temendo que aquilo viesse a afetar suas ereções. Quando finalmente cedeu, viu-se que a família precisaria de 200 mil dólares para as sessões, uma vez que não tinha plano de saúde. Só que não havia dinheiro. Tudo que Frank ganhava trabalhando era prontamente reinvestido na música. A solução: fazer com que Moon Unit, aos 22 anos, vendesse seu apartamento próprio para custear o tratamento. “Nos custou 200 mil dólares criar você", decretou a mãe. Era a hora de retribuir. Assim, a filha mais velha dos Zappa voltou a morar com os pais. Frank morreria quatro anos depois, em dezembro de 1993.
Gail também já morreu, em 2015, vítima de um câncer de pulmão, aos 70 anos, e deixou “de presente” um testamento onde os irmãos mais velhos (Moon Unit e Dweezil) passavam a ter 20%, cada, de poder sobre a música de Zappa, enquanto os mais moços (Ahmet e Diva) ficavam com 30%, cada. O que significava que os mais velhos precisariam da permissão dos mais novos para fazer qualquer coisa com a música do pai. A reação de Moon Unit à morte da mãe: “um contentamento calmo”.
Logo surgiram problemas entre os irmãos. Dweezil, por exemplo, vinha fazendo uma turnê intitulada Zappa Toca Zappa. Mas o guitarrista passou a ser ameaçado com multas de 150 mil dólares se tocasse qualquer uma das músicas de Frank sem a permissão dos irmãos mais moços.
Desde 2019, no entanto, os irmãos entraram em acordo, com Dweezil se comprometendo a não reclamar publicamente deles ou da mãe. Moon Unit se recusou a assinar qualquer documento legal referente à partilha. Quer distância da disputa por dinheiro. Mas voltou a falar com os irmãos, desde que escreveu o livro. “Estamos começando a nos reconectar. Temos uma história em comum e ninguém me faz gargalhar tanto quanto eles”, explica.
O que restou do relacionamento de Moon Unit com o pai é algo profundo e extremamente complexo. Tanto que o livro é dedicado a Frank.
“(Pai e mãe) criaram um mapa” com a criação sui generis que deram aos filhos, ela escreve no livro, “mas destruiram a chave”.
Atualmente vivendo com a filha Mathilda entre Los Angeles e as montanhas nevadas de Taos, no Novo México, onde organiza oficinas de meditação e cuida da comercialização de sua linha de chás, Moon Unit diz que o livro pode ser interpretado como “um alerta sobre como é crescer sob a sombra de um gigante. Mas, na verdade, é sobre superar algo muito difícil e encontrar a paz”.
O The Guardian elogiou Earth to Moon. “Para uma saga tão desanimadora, (o livro) é de alguma forma uma leitura excepcionalmente divertida. Isso se deve, em grande parte, à prosa. Moon, que publicou um romance (America the Beautiful) em 2001, é uma escritora sublime, que mergulha a caneta na tinta de Nora Ephron. É engraçada, atrevida e maliciosa”.
Por sua vez, Moon Unit espera que seus leitores se perguntem: ser um gênio vale o preço do dano colateral? “A minha resposta eu já sei qual é”.
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Na semana passada, perguntamos: você teria um “amigo” criado por Inteligência Artificial? 88% responderam não. 12% responderam sim.
IMS passa a guardar acervo de Angeli. A visão profética de Matrix. As obras de arte preferidas dos seguranças dos museus. NBC/ Universal usará Paris24 para turbinar LA28. Um festival de cinema dedicado a vídeos de gatinhos. E a despedida a uma lenda do cinema independente americano.
– A obra do quadrinista Angeli entrou para o acervo permanente do Instituto Moreira Salles (IMS). São 2.100 itens, dentre tirinhas, charges, ilustrações originais e esboços. A organização do acervo do criador de personagens icônicos dos quadrinhos brasileiros, como Bob Cuspe e Rê Bordosa, e também comentarista visual da política do país, vinha sendo feita desde 2018 pelo próprio Angeli, mas sua companheira por 30 anos, a artista plástica Carolina Guaycuru, assumiu a tarefa em 2022, quando ele foi diagnosticado com afasia, doença degenerativa que prejudica a comunicação.
– O filme Matrix foi profético e ainda hoje é relevante. A história bolada pelas roteiristas e diretoras irmãs Lilly e Lana Wachowski, lançada nos cinemas em 1999, mostrava um protagonista, Neo (Keanu Reeves), que descobria estar vivendo dentro de uma simulação do século XX criada e comandada 100 anos depois por uma Inteligência Artificial disposta a escravizar a humanidade, da qual se alimenta, extraindo sua força vital como se usasse baterias. Visto hoje, um quarto de século mais tarde, é interessante comparar o mundo imaginado pelas realizadoras – inspiradas, em parte, por um tratado do filósofo Jean Baudrillard – com o de hoje, onde a IA é cada vez mais presente e discutida, e onde há um constante embate entre a realidade e teorias de conspiração.
– Quais são as obras de arte preferidas dos seguranças dos mais importantes museus do mundo? Cinco deles foram consultados pelo jornal The New York Times, funcionários dos museus Van Gogh, em Amsterdã; do Victoria and Albert, em Londres; do Metropolitan, em Nova York; do Picasso, em Málaga; e do d’Orsay, em Paris.
– Por falar em Paris, as recém-concluídas Olimpíadas funcionaram como uma espécie de “laboratório de um bilhão de dólares” para a NBC/Universal se preparar para os jogos de Los Angeles, em 2028. O evento forneceu dados em profusão para se saber o que agradou e o que não junto aos 30 milhões de telespectadores – 75% a mais do que as olimpíadas anteriores, em Tóquio. A presença maciça e constante de personalidades como Snoop Dogg ajudou, e muito. E o fator Hollywood vai pesar – ainda mais. Não será surpresa se a Universal Pictures alistar alguns dos melhores diretores para criar conteúdo exclusivo para LA28.
– Um festival de cinema dedicado a vídeos de gatinhos? Pois ele existe, para deleite de todos que dedicam horas a navegar as redes sociais em busca de felinos em situações fofas. É o Cat Video Fest, que começou no início do mês, em mais de 100 cinemas dos Estados Unidos e do Canadá, e dura até novembro, quando a Austrália também integrará o evento. O festival consiste de várias sessões de um mesmo compilado, com duração de 73 minutos, de vídeos de gatinhos. Parte da renda do festival reverte para abrigos de animais do mundo inteiro.
– O cinema perdeu esta semana um atriz legendária: Gena Rowlands, ícone do cinema independente americano, que ela ajudou a moldar junto com seu marido e colaborador mais constante, o diretor John Cassavetes. Apesar de ganhar apenas um Oscar honorário, em 2015, pelo conjunto da obra, Gena recebeu indicações para a estatueta inúmeras vezes, como por seus trabalhos em Uma Mulher Sob Influência (1974) e Gloria (1980). Com quase 70 anos de carreira, em 2004 Gena estrelou para Nick Cassavetes, seu filho, dirigir, O Diário de Uma Paixão, onde viveu uma personagem que sofria de demência. Na vida real, desde 2019 ela sofria do Mal de Alzheimer. Gena e John tiveram uma parceria simbiótica. “Ele tinha um interesse especial por (histórias de) mulheres", disse certa vez, ao The Hollywood Reporter. “Ele se interessava pelos problemas das mulheres, seu lugar na sociedade, e tudo que precisavam superar”. Em entrevista ao jornal The Los Angeles Times, feita em 2015, Gena garantiu, no entanto, que nunca teve tratamento especial no set de filmagem por ser esposa do diretor. Ela lembrou do primeiro dia de filmagem de Uma Mulher Sob Influência. Chegou para John e admitiu: “Estou empacada”. John respondeu: “Gena, eu escrevi esse filme pensando em você. Você disse que tinha gostado (do roteiro). Você disse que queria fazer o filme. Então, faça-o!”.
PLAYLIST FAROL 91
As palhetadas clássicas do Wishbone Ash. A pauleira punk do Citric Dummies. O pop-rock psicodélico do Nice Biscuit. A sonoridade poderosa de Lady Blackbird. Graham Gouldman recebe os Beatles de frente (com Ringo em carne e osso). O psicodelismo-pop lisboeta do Beautify Junkyards. Arrigo Barnabé homenageia Itamar Assumpção. Slash reverencia o blues. O soul melódico de Leon Bridges. E Ryuichi Sakamoto se despede tocando.
Wishbone Ash – “Jail Bait”– Guitarras em uníssono ou duelando em temas épicos eram características do grupo britânico de imenso sucesso na virada dos anos 1960 para 1970. O WA fazia uma mistura contagiante de rock progressivo e blues elétrico, liderado pelas palhetadas de Martin Turner e Andy Powell. Hoje, quando o marca Wishbone Ash continua atraindo grande público em turnês pelo Reino Unido, Andy é o único remanescente da formação antiga. Vale revisitar o original.
Citric Dummies – “Look Out World (I’m Eating Darby's)” – Pau puro, guitarras em fúria, cortesia do trio punk de Mineápolis, mostrando aqui um pouco de seu novo álbum, Zen and The Arcade of Beating Your Ass, uma brincadeira com o nome do disco seminal do pioneiro Hüsker Dü.
Nice Biscuit– “Fade Away” – Pop-rock psicodélico e contagiante, vindo de Brisbane, na Austrália, com as vozes de Grace Cuell e Billie Star flutuando sobre um mar de guitarras e distorção.
Lady Blackbird – “Reborn” – Se Tina Turner fosse mais jovem e cantasse hoje com o Fleetwood Mac, cercada de uma poderosa sonoridade neo-discotheque, soaria algo parecido com o novo single da americana que antes se apresentava pelo nome de Marley Munroe.
Graham Gouldman – “Couldn’t Love You More”– Aqui, o veterano compositor britânico – você já ouviu super hits-chiclete dele, como “No Milk Today”, dos Hollies, “Bus Stop”, dos Herman’s Hermits, e “I’m Not In Love”, do 10cc – soa como se tivesse desengavetado uma faixa inédita dos Beatles, com direito a solo de guitarra praticamente psicografado de George Harrison – e à participação de Ringo Starr, em carne e osso, nas baquetas.
Beautify Junkyards – “Black Cape” – Psicodelismo-pop lisboeta – ó, pá! –, agora em seu quinto álbum, liderado pelo tecladista e vocalista João Branco, e com destaque da voz recém-chegada de Martinez.
Arrigo Barnabé – “Nego Dito Parte II”– Um dos principais nomes da Vanguarda Paulista dos anos 1970/80, Arrigo revisita a obra de seu colega de movimento e banda, Itamar Assumpção, acompanhado do Trisca, variação do grupo que acompanhava o artista, o Isca de Polícia.
Slash – “Killing Floor”– O guitarrista do Guns N’ Roses dedica seu novo álbum solo, Orgy of the Damned, inteiramente ao blues. Convidou o super produtor Mike Clink e escalou para participar um time de cobras do rock que inclui Brian Johnson, vocalista do AC/DC, e Steven Tyler, do Aerosmith (tocando gaita), reunidos nesta versão de um clássico do repertório do gigante Howlin' Wolf.
Leon Bridges – “Peaceful Love” – O texano faz soul melódico contemporâneo com pinta de vintage em seu quarto álbum, chamado simplesmente Leon.
Ryuichi Sakamoto – “Tong Poo”– O álbum Opus foi gravado no NHK 509 Studio, em Tóquio, no desenrolar do final da vida do artista japonês, morto de câncer em 2023, aos 71 anos. Aqui, ele incluiu uma versão nova, elegíaca, de uma das faixas-assinatura do primeiro álbum de seu grupo de música eletrônica, o Yellow Magic Orchestra.