Os discos, os filmes e as séries que vão movimentar 2023
A volta de Indiana Jones, o primeiro álbum de inéditas dos Rolling Stones e as intrigas e traições da família Roy na 4ª temporada de 'Succession’ são algumas das principais atrações do ano
Foi dada a largada para uma nova temporada de lançamentos nos cinemas e nos canais de streaming de música, filmes e séries.
A leva 2023 promete lançamentos de alto quilate e traz desde continuações de histórias eletrizantes e premiadas (como a quarta temporada da série Succession) a sequências redefinidoras da franquia original (o aguardadíssimo Indiana Jones 5); de cinebios (baseadas nas trajetórias de Gal Costa e Betinho) aos primeiros álbuns de músicas inéditas feitos por veteranos em muito tempo, décadas, até (The Rolling Stones, Peter Gabriel, The Cure).
Não listamos tudo que sairá este ano, mesmo porque ainda não sabemos quando muita coisa estará disponível. Mas preparamos aqui uma prévia do que está por vir de melhor ou mais interessante.
Portanto, prepare a pipoca e os fones de ouvido (ou o soundbar!) – e aperte os cintos!
Séries
A Netflix saiu na frente, disponibilizando desde já os 10 episódios da intrigante série Caleidoscópio.
Um elenco liderado pelo sempre excelente Giancarlo Esposito (o Gus Fring de Better Call Saul e Breaking Bad) põe em prática um plano para roubar 17 bilhões de dólares – e, assim, efetuar uma vingança no que pode ser o final de sua vida. O detalhe é que os episódios – cada um com o nome de uma cor – estão embaralhados, de forma a serem vistos numa ordem aleatória, e a conclusão esclarecerá todos os meandros do que se viu antes. No entanto, quem não quiser dar muito trabalho aos neurônios para montar o quebra-cabeça poderá ver tudo em ordem cronológica.
Também está disponível na Netflix desde agora a estilosa série de thriller noir Copenhagen Cowboy, do mesmo diretor dinamarquês de Drive, Nicolas Winding Refn – ou NWR, como hoje se apresenta.
A Apple+ já mostrou o trailer da terceira temporada da excelente série de espionagem britânica Slow Dogs – com Gary Oldman à frente, como chefe de um grupo de agentes de enorme talento mas condenados a uma espécie de purgatório –, embora ainda não se saiba quando começará, e estreia hoje, 06/01, uma série de comédia, Shrinking, sobre um psicanalista em luto (Harrison Ford) que resolve dizer a verdade, na lata, a seus pacientes. Mais tarde virá uma mini-série sobre os pilotos da Segunda Guerra Mundial – Masters of the Air –, produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks, com Austin Butler, de Elvis.
Por sua vez, a HBO Max investe na continuação de séries de público reduzido mas super cultuados – True Detective, necessitada de um empurrão na audiência, que retorna agora com Jodie Foster estrelando uma trama em torno de oito homens de um centro de pesquisa no Alaska que desaparecem –, assim como na de sagas premiadíssimas – caso de Succession, cuja quarta leva mergulhará ainda mais fundo nas intrigas e traições da família Roy.
Poderão ser vistas este ano no mesmo canal de streaming, também, as segundas temporadas de Hacks e Perry Mason – uma série cômica e um drama de detetive de época – e novidades precedidas de muito interesse: a adaptação para o formato de série do popular video game The Last of Us, estrelado por Pedro Pascal e Bella Ramsey, ambos do elenco de Game of Thrones; The Palace, intriga política ambientada nos corredores de um regime autoritário, com Kate Winslet e Hugh Grant nos papéis principais; The Idol, produzida pelo mesmo Sam Levinson da badaladíssima série Euphoria, traz Lily-Rose Depp – filha de Johnny – como uma jovem estrela pop ascendente envolvida com uma espécie de culto de auto-ajuda liderado por uma figura misteriosa, vivida pelo astro da música The Weeknd, que faz aqui sua estreia como ator; e a aguardadíssima O Pinguim, desdobramento do The Batman, de 2022, e estrelada por Colin Farrell – transfigurado pela maquiagem necessária ao personagem. É uma produção do mesmo Matt Reeves do longa do ano passado, que também se encarrega da sequência, que já foi filmada, de novo com Robert Pattison no papel título.
Enquanto isso, pela Globoplay será possível ver Betinho, no fio da navalha, série sobre o sociólogo Herbert de Souza, que há três décadas lançou um movimento de combate à fome e que também tornou-se um símbolo na luta contra a Aids. Júlio Andrade faz o protagonista.
Filmes
De todos os filmes que estão para sair em 2023 nada se compara à expectativa gerada por Indiana Jones e O Chamado do Destino, o quinto longa da série protagonizada pelo arqueólogo/aventureiro representado por Harrison Ford, que recupera o chapéu e o chicote 14 anos depois de sua última aparição no papel.
Com estreia marcada para junho, o novo filme, dirigido por James Mangold, cobre um período de tempo que vai de 1944 (atenção para o rejuvenescimento digital de Ford!) a 1969, quando os Estados Unidos disputam com os russos (auxiliados por ex-nazistas) a corrida espacial.
Harrison contracena de novo com John Rhys-Davies (o Sallah de filmes anteriores) e pela primeira vez com Phoebe Waller-Bridge (que faz a afilhada de Indy).
Outra continuação que sai em 2023 – mais precisamente, em julho – é o sétimo (!!!) longa da série Missão Impossivel. O novo Dead Reckoning – com Ethan Hunt (Tom Cruise) encarando fantasmas do passado, enquanto desafia a morte em atos destemidos, saltando de aviões, pulando de um despenhadeiro a bordo de uma moto – é a primeira parte de uma história que só terminará ano que vem, com o segundo capítulo. Comenta-se até que esses dois filmes formariam a despedida da franquia, o que ninguém confirma ou nega.
O diretor Cristopher Nolan preparou um épico sobre o assim-chamado “pai da bomba atômica”, J. Robert Oppenheimer (Cilian Murphy, o Tommy Shelby da série Peaky Blinders, e com quem o diretor já trabalhou em cinco outros filmes), o supervisor do Projeto Manhattan, realizado durante a Segunda Guerra Mundial, através do qual nasceram as primeiras armas nucleares. O elenco de Oppenheimer – montado com cenas em cores bem como em preto-e-branco – traz pesos-pesados como Emily Blunt, Robert Downey Jr., Matt Damon e Florence Pugh.
Gal Costa ganha sua própria cinebio – apropriadamente chamada Meu Nome É Gal – , que foi reestruturada após a morte da artista, em novembro do ano passado. Traz Sophie Charlotte no papel título e é dirigido por Dandara Ferreira.
A segunda parte de Dune, a ópera espacial iniciada em 2021 (com lançamento previsto para o final de novembro, na HBO Max), encerra a adaptação feita pelo diretor Denis Villeneuve do livro de Frank Herbert, publicado em 1965 e transformado já em longa (nas mãos de David Lynch, em 1984) e seriado de TV (em 2000). Timothée Chalamet, Zendaya e Javier Bardem estão de volta ao elenco, que agora inclui, ainda, Cristopher Walken e Léa Seydoux.
E os fãs de animação – e do Homem-Aranha – vão gostar de saber que está chegando em junho Através do Aranhaverso, sequência do revolucionário longa Aranhaverso, de 2018. E vem repleto de novas versões do personagem principal, como uma Mulher-Aranha grávida e o Homem-Aranha 2099, totalmente sem senso de humor.
Discos
Desde 2005 sem lançar um álbum com músicas novas –a exceção sendo um par de singles, "Doom and Gloom", de 2012, e “Living In A Ghost Town” em 2020 – , os Rolling Stones podem escolher 2023 para parir um disco repleto de novidades.
Muita coisa já vinha sendo gravada ao longo dos anos, em boa parte com Charlie Watts na bateria, mas algumas das faixas do novo álbum – com registros feitos nos Estados Unidos e na Jamaica – contará também com a participação de Steve Jordan, que faz shows com o grupo desde a morte do ocupante original do posto, em 2021. E – algo incomum – Keith Richards estaria tocando o contrabaixo, vez por outra.
Como tudo com os Stones só é confirmado no último instante, viveremos meses de suspense até que esse disco seja anunciado oficialmente – mas tudo conspira para que isso aconteça a qualquer momento, muito possivelmente no final do primeiro semestre.
Outro há tempos sem lançar discos – mais precisamente, duas décadas – é Peter Gabriel. Mas o jejum está para ser quebrado. Batizado, tentativamente, de I/O, o álbum trará material em que Peter vem trabalhando desde 2002 – portanto, mesmo antes de sair Up, seu último – , mas possivelmente muito do disco será composto do que foi gravado em 2021, quando o artista se cercou de seu núcleo principal – o baixista Tony Levin, o baterista Manu Katché e o guitarrista David Rhodes – por pouco mais de uma semana para gravar.
Há 15 anos devendo um álbum novo, The Cure também pode sacar da cartola uma surpresa este ano. O possível novo álbum já teria título – Songs of a Lost World – mas, pelo que Robert Smith declarou ao site do NME, é possível que saia um outro disco também, na sequência. O primeiro teria um clima deprê; o segundo seria mais animado.
E os Smashing Pumpkins de Billy Corgan prometem … uma ópera-rock em três atos! E o título é intrigante, especialmente para quem fala português: Atum. À revista MOJO Billy explicou que o disco fala de um futuro onde artistas são exilados em algum lugar do espaço para que seja amenizada a tensão criada entre a liberdade de expressão e a censura governamental.